A Princesa e a Ervilha

A princesa e a ervilha
A Princesa e a Ervilha

O Príncipe à Procura de uma Princesa

Era uma vez um jovem príncipe que vivia em um lindo castelo cercado por jardins floridos, lagos cristalinos e torres altíssimas. Ele tinha tudo o que alguém poderia desejar: roupas de seda, banquetes deliciosos e muitos amigos. Mas havia algo que lhe faltava: uma verdadeira princesa para ser sua companheira.

O príncipe não queria se casar apenas com uma moça qualquer. Ele sonhava com uma princesa de coração bondoso, educada, gentil e, acima de tudo, verdadeira. Por isso, viajou por terras distantes, visitou reinos vizinhos e conheceu muitas jovens que se diziam princesas. No entanto, sempre ficava uma dúvida em seu coração: será que eram mesmo princesas de verdade?

Uma Noite Tempestuosa

Certa noite, quando uma forte tempestade caía sobre o reino, o céu se iluminava com raios e o vento batia contra as janelas do castelo, alguém bateu à porta. O rei foi abrir, e para surpresa de todos, lá estava uma jovem completamente encharcada pela chuva. Sua roupa pingava água, seus cabelos estavam grudados e seus sapatos faziam “ploc, ploc” no chão de tanto que estavam molhados.

— Boa noite, majestade — disse a moça com uma voz doce. — Eu sou uma princesa e preciso de abrigo para esta noite.

O príncipe ficou curioso. Seria verdade? Ela parecia tão simples naquele estado, mas havia algo no jeito delicado dela que chamava atenção.

O Teste da Rainha

A rainha, mãe do príncipe, desconfiava de tudo. Ela acreditava que apenas uma verdadeira princesa poderia ser extremamente sensível, capaz de sentir até mesmo o menor desconforto. Então, decidiu aplicar uma prova secreta.

Mandou preparar uma cama muito alta, composta por vinte colchões macios e vinte cobertores felpudos. Antes de tudo, colocou uma pequena ervilha verde, minúscula, bem lá no fundo, sob todos aqueles colchões.

“Se essa moça for realmente uma princesa”, pensou a rainha, “ela vai sentir a ervilha, mesmo escondida debaixo de tantas camadas.”

A jovem agradeceu pela hospitalidade, subiu a longa escada até o topo da cama e tentou dormir. A tempestade passou, e o castelo ficou em silêncio.

Uma Noite Difícil

Na manhã seguinte, a rainha e o príncipe perguntaram à jovem como havia sido sua noite de sono. Ela suspirou e respondeu:

— Oh, Majestade… Foi terrível! Mal consegui pregar os olhos. Senti algo duro embaixo da cama, como se fosse uma pedrinha ou um caroço. Agora estou cheia de manchas roxas no corpo.

O príncipe arregalou os olhos. Como alguém poderia sentir uma ervilha minúscula sob tantos colchões? Aquilo só poderia ser a prova de que ela era uma verdadeira princesa.

O Final Feliz

A rainha sorriu satisfeita, e o príncipe, radiante de alegria, disse:

— Finalmente encontrei a princesa que procurava!

Pouco tempo depois, o castelo foi decorado com flores e bandeiras coloridas para o casamento do príncipe e da princesa. Os sinos tocaram, os convidados festejaram, e todos celebraram a união dos dois.

Quanto à famosa ervilha? Foi guardada em uma caixa de vidro e exposta no museu do reino, para que todos se lembrassem de como uma pequena sementinha ajudou a revelar uma princesa verdadeira.

E assim, o príncipe e a princesa viveram felizes para sempre, reinando com bondade, alegria e muita sensibilidade.

Moral da história

“A verdadeira nobreza não está apenas na aparência, mas também na sensibilidade, na atenção aos detalhes e na autenticidade do coração.”

a princesa e a ervilha

A origem da história da princesa e a ervilha.

A história da Princesa e a Ervilha é um conto de fadas clássico do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 1835.

A história surgiu como parte do movimento romântico do século XIX, que valorizava contos de fadas e narrativas fantásticas com lições morais. Andersen se inspirava em tradições orais e contos populares da Europa, mas criou personagens e situações originais.

No conto, Andersen brinca com a ideia de sensibilidade e nobreza: apenas uma verdadeira princesa conseguiria perceber a presença de uma ervilha escondida sob uma pilha enorme de colchões. A história tem tom humorístico e delicado, mas também transmite valores ligados à autenticidade, à delicadeza e ao cuidado com os detalhes.