Um presente inesperado
Era uma vez um fazendeiro chamado Joaquim, que morava em uma pequena chácara com sua esposa, Dona Rosa. Eles trabalhavam muito todos os dias, cuidando da horta, dos animais e da casa. Apesar de tanto esforço, o dinheiro quase nunca dava para tudo o que precisavam.
Certo dia, enquanto recolhia os ovos no galinheiro, Joaquim encontrou algo que o deixou de boca aberta: no ninho de uma galinha, havia um ovo reluzente, todo dourado! Ele esfregou os olhos, achando que era ilusão, mas não, era de verdade!
“Rosa, venha ver isso!”, gritou Joaquim. A esposa correu, e os dois ficaram maravilhados. Era um ovo de ouro puro. No dia seguinte, para surpresa deles, a mesma galinha colocou outro ovo dourado. E assim aconteceu no outro dia, e no outro também.
A vida melhora
Com o passar do tempo, Joaquim e Rosa venderam os ovos de ouro e puderam melhorar de vida. Compraram roupas novas, consertaram a casa, aumentaram a plantação e nunca mais passaram necessidade.
Aos poucos, ficaram conhecidos na vila como o casal mais sortudo de todos. As pessoas comentavam:
— Imaginem só! Uma galinha que coloca ovos de ouro!
E todos desejavam ter a mesma sorte.
Apesar disso, a vida de Joaquim e Rosa estava tranquila e feliz. Eles tinham o suficiente para viver bem, sem exageros. A galinha continuava colocando um ovo de ouro por dia, sempre no mesmo horário da manhã, como se fosse mágica.
A sombra da ganância
Mas, com o tempo, Joaquim começou a ficar inquieto. Uma voz dentro dele dizia:
“Se essa galinha coloca um ovo de ouro todos os dias, será que por dentro ela não é feita inteirinha de ouro? Se eu a abrir, talvez encontre um tesouro muito maior de uma só vez!”
Dona Rosa, percebendo a ansiedade do marido, tentou aconselhá-lo:
— Joaquim, não precisamos de mais do que já temos. Temos comida, conforto e paz. Deixe a galinha em paz, ela já nos dá muito!
Mas a ganância cresceu no coração do fazendeiro, que passou a perder o sono só de imaginar todo o ouro escondido dentro da ave.
O grande erro
Numa manhã, decidido, Joaquim pegou uma faca e disse à esposa:
— Hoje vamos descobrir o segredo dessa galinha!
Dona Rosa tentou impedir:
— Não faça isso, Joaquim! Se a matar, perderemos o que temos de mais precioso.
Mas ele, teimoso, não quis ouvir. Com um único golpe, matou a galinha. Então, abriu-a cuidadosamente, esperando encontrar o tão sonhado tesouro.
Para sua tristeza e espanto, não havia nada de ouro dentro dela. Era uma galinha comum, igual a todas as outras do galinheiro. O tesouro estava justamente nos ovos que ela produzia, e agora eles nunca mais os teriam.
A lição aprendida
Joaquim caiu em lágrimas, arrependido. Rosa, triste, apenas suspirou:
— Eu avisei, meu marido. Quem tudo quer, tudo perde.
A partir daquele dia, o casal teve que voltar à vida simples, sem o brilho dos ovos de ouro. Joaquim nunca mais esqueceu a lição que aprendeu com sua impaciência.
E assim, a história da galinha dos ovos de ouro se espalhou pela vila, lembrando a todos que a ganância pode destruir o que temos de mais valioso.
Moral da história
A pressa e a ganância podem nos fazer perder o que já é precioso. É melhor valorizar e cuidar do que temos, em vez de querer tudo de uma só vez.

A origem da história da galinha dos ovos de ouro.
A história da Galinha dos Ovos de Ouro tem origem na Grécia Antiga e é atribuída a Esopo, um contador de histórias que viveu por volta do século VI a.C.
Esopo ficou conhecido por criar fábulas curtas nas quais os animais falavam e agiam como pessoas, sempre transmitindo uma lição de vida.
A fábula da galinha que botava ovos de ouro se tornou uma das mais famosas porque aborda de forma simples e direta os perigos da ganância. Com o passar do tempo, a história foi recontada e adaptada pelos romanos, principalmente por Fedro, que preservou muitas das fábulas de Esopo.
Mais tarde, na Idade Média e no Renascimento, a narrativa continuou a circular em diferentes coleções de fábulas populares, chegando a vários países da Europa. No século XVII, o escritor francês Jean de La Fontaine também fez sua versão, o que ajudou a popularizá-la ainda mais.
Desde então, a história atravessou gerações e culturas, mantendo viva a mesma moral: a ganância pode levar a pessoa a perder aquilo que já tem de mais valioso.