Era uma vez, em uma pequena aldeia perto de uma vasta floresta, uma menina que era conhecida como Chapeuzinho Vermelho. Ela ganhou esse apelido porque sempre usava um capuz vermelho que sua avó tinha feito para ela, e o adorava tanto que o usava todos os dias. Chapeuzinho Vermelho era uma menina alegre, bondosa e curiosa, e amava explorar a natureza ao redor de sua casa.
Sua mãe faz um pedido
Um dia, a mãe de Chapeuzinho a chamou:
— Chapeuzinho, sua avó não está se sentindo bem. Ela mora do outro lado da floresta e precisa de um pouco de ajuda e carinho. Aqui está uma cesta com pão fresquinho, bolo, geleia e uma garrafa de leite. Leve isso para ela, mas lembre-se de duas coisas: siga pelo caminho da floresta e não fale com estranhos.
Chapeuzinho sorriu e acenou com a cabeça. Sabia que deveria seguir as instruções da mãe, mas também estava empolgada com a aventura de atravessar a floresta sozinha pela primeira vez. Então, com a cesta nas mãos e o capuz vermelho na cabeça, ela se despediu da mãe e começou sua caminhada.
O lobo aparece
Enquanto caminhava pela trilha, os raios de sol filtravam-se pelas árvores e o chão da floresta parecia mágico, com folhas brilhando e flores coloridas por todos os lados. Chapeuzinho Vermelho parou para admirar tudo aquilo, quando de repente, ouviu uma voz grave.
— Olá, Chapeuzinho Vermelho! — disse o Lobo, que havia aparecido do meio das árvores e olhava para ela com um sorriso largo e afiado.
Ela se assustou, mas o lobo parecia simpático, então respondeu educadamente:
— Olá, senhor Lobo. Estou indo visitar a minha avó, que mora do outro lado da floresta. Ela está doente, e eu trouxe uma cesta com alguns mimos para ela.
O lobo, que era muito esperto e tinha um plano malicioso, logo pensou em uma maneira de enganar a menina. Sabia que a avó de Chapeuzinho morava em uma casa isolada, longe de qualquer ajuda. Com uma voz suave, ele sugeriu:
— Que ideia adorável, Chapeuzinho! Por que você não colhe algumas flores para a sua avó? Aposto que ela vai adorar!
Chapeuzinho sorriu e olhou para os lados. As flores estavam por toda parte, e a ideia de levar um buquê parecia maravilhosa. Agradeceu ao lobo pela sugestão e começou a colher flores pela trilha.
A malícia do lobo
Enquanto ela se distraía com as flores, o lobo, silenciosamente, correu para a casa da vovó de Chapeuzinho.
Quando chegou, ele bateu na porta, tentando imitar a voz de Chapeuzinho:
— Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho! Abre a porta!
A avó, que estava acamada, estranhou a voz, mas pensou que talvez fosse o resfriado da menina. Assim, pediu que a porta fosse aberta e, no mesmo instante, o lobo entrou de supetão. Sem dar tempo para a avó reagir, ele a escondeu em um armário e vestiu-se com as roupas dela, pondo um gorro e deitando-se na cama.
A mentira do lobo
Não demorou muito para que Chapeuzinho Vermelho finalmente chegasse à casa da avó, com o buquê de flores em uma mão e a cesta na outra. Bateu na porta:
— Vovó! Sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
Do quarto, o lobo disfarçado respondeu com uma voz rouca:
— Entre, querida, a porta está aberta!
Chapeuzinho entrou e logo estranhou a aparência da “avó”. Ao se aproximar da cama, percebeu que algo estava muito diferente.
— Vovó, que olhos grandes você tem! — disse Chapeuzinho, com a voz carregada de dúvida.
E o lobo, disfarçado, respondeu:
— São para te ver melhor, minha querida!
Chapeuzinho deu mais um passo e, olhando com atenção, notou algo ainda mais estranho.
— Vovó, que orelhas grandes você tem!
— São para te ouvir melhor, querida! — respondeu o lobo.
Desconfiada, Chapeuzinho notou algo mais assustador ainda e perguntou:
— Mas vovó, que dentes tão grandes você tem!
Foi aí que o lobo se desfez do disfarce, mostrando suas presas afiadas, e gritou:
— São para te comer!
O lobo pulou para cima de Chapeuzinho, que gritou por ajuda, tentando escapar.
O caçador aparece
Felizmente, um caçador que estava caçando na floresta ouviu o grito e correu até a casa da vovó. Entrou com seu machado em punho e encontrou o lobo tentando capturar Chapeuzinho. Com um movimento rápido e decidido, ele expulsou o lobo, que fugiu apavorado e nunca mais foi visto.
O caçador, então, ajudou Chapeuzinho a encontrar a vovó, que saiu do armário aliviada e abraçou a neta com carinho. Chapeuzinho agradeceu ao caçador por ter salvado sua vida e prometeu que, dali em diante, sempre ouviria os conselhos de sua mãe e seria cuidadosa.
Chapeuzinho e sua avó dividiram as guloseimas da cesta, felizes por estarem seguras. E, assim, todos voltaram a viver tranquilamente, com Chapeuzinho levando consigo uma valiosa lição sobre a importância de seguir o caminho certo e de não confiar em estranhos.
Moral da História
Nem todo mundo que parece gentil está dizendo a verdade.
É importante ouvir os conselhos dos adultos, ter cuidado com estranhos e nunca se afastar do caminho certo.
A origem da história da Chapeuzinho Vermelho
A história da Chapeuzinho Vermelho é um dos contos de fadas mais antigos e populares do mundo. Suas origens vêm da tradição oral europeia, especialmente da França e da Alemanha, e foram transmitidas por gerações muito antes de serem escritas.
A versão mais antiga conhecida foi registrada no século XVII pelo escritor francês Charles Perrault, em 1697. Nessa versão, a história era mais sombria e tinha um forte tom de alerta, principalmente para ensinar meninas a terem cuidado com estranhos.
Mais tarde, no século XIX, os irmãos Grimm, da Alemanha, recontaram o conto em uma versão mais leve e com final feliz, onde o lobo é derrotado por um caçador e a vovó é salva. Essa é a versão mais próxima da que conhecemos hoje.
A história ganhou o mundo por meio de livros, teatros, animações e adaptações modernas, mantendo sua mensagem principal: atenção aos perigos disfarçados de gentileza.
