A História do Pequeno Príncipe
Era uma vez um piloto que, enquanto sobrevoava o deserto do Saara, teve uma pane no motor do avião e precisou fazer um pouso forçado. Sozinho no meio da areia, ele tentava consertar o avião… quando, de repente, ouviu uma vozinha:
— Por favor… desenha um carneiro?
O piloto se assustou. Era um menino de cabelos dourados e cacheados, com um cachecol flutuando ao vento. Ele não parecia perdido, nem assustado — apenas muito curioso. Aquele era o Pequeno Príncipe, vindo de um planeta muito pequenino, chamado Asteroide B-612.
As viagens do Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe contou ao piloto que havia deixado seu planeta, onde cuidava de três vulcões e uma flor muito especial: uma rosa vaidosa, frágil e cheia de charme, por quem ele sentia muito carinho, embora nem sempre soubesse demonstrar.
Ele partiu em uma jornada para conhecer outros mundos. Em cada planeta, encontrou personagens adultos com comportamentos curiosos:
Um rei que queria mandar em tudo.
Um vaidoso que só queria ser admirado.
Um bêbado que bebia para esquecer que bebia.
Um homem de negócios que só pensava em números.
Um acendedor de lampiões que seguia ordens sem pensar.
E um geógrafo que nunca explorava nada.
Esses encontros mostraram ao Pequeno Príncipe como os adultos podem se esquecer do que realmente importa.
A lição da raposa
Em um dos planetas, ele conheceu uma raposa, que lhe pediu que a cativasse.
— O que é “cativar”? — perguntou o Pequeno Príncipe.
— Significa criar laços… Se você me cativar, seremos únicos um para o outro — respondeu a raposa.
Com o tempo, os dois criaram uma amizade verdadeira. E foi a raposa quem ensinou a frase mais importante da história:
“O essencial é invisível aos olhos.”
E também:
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
A despedida e o amor verdadeiro
Com saudades de sua rosa, o Pequeno Príncipe decidiu voltar para seu planeta. Ele sabia que, embora houvesse muitas flores no universo, sua rosa era única, porque ele havia cuidado dela, escutado suas queixas, regado com carinho e protegido com um vidro.
O piloto, tocado pela história e pela amizade, nunca mais esqueceu aquele menino de alma pura e olhar curioso.
Dizem que o Pequeno Príncipe voltou ao seu planetinha. E, se você olhar para o céu à noite, pode ser que ele esteja por lá, cuidando da sua rosa e sorrindo para as estrelas.
Moral da história
“O essencial é invisível aos olhos.”
Essa frase, ensinada pela raposa, nos mostra que as coisas mais importantes da vida — como amizade, amor, carinho, lealdade e cuidado — não podem ser vistas com os olhos, mas sentidas com o coração.

A origem da história do Pequeno Príncipe
“O Pequeno Príncipe” (Le Petit Prince) foi escrito por Antoine de Saint-Exupéry, um piloto e escritor francês, durante seu exílio nos Estados Unidos, em plena Segunda Guerra Mundial. A obra foi publicada pela primeira vez em 1943, em Nova York, e só mais tarde lançada na França, após o fim da guerra.
Saint-Exupéry se inspirou em suas próprias experiências como aviador. Ele havia sofrido um acidente de avião no deserto do Saara em 1935, e esse evento influenciou diretamente o início do livro — onde o narrador também é um piloto que cai no deserto e conhece um misterioso menino de outro planeta.
O livro mistura fantasia, poesia e filosofia de forma acessível, trazendo reflexões sobre amizade, amor, solidão, o sentido da vida e a visão pura e sincera das crianças.
Embora tenha aparência de livro infantil, a obra foi escrita também para adultos — com críticas sutis ao mundo racional, apressado e egoísta dos “grandes”. A famosa frase “O essencial é invisível aos olhos” tornou-se um símbolo universal de sensibilidade e sabedoria.
Com mais de 200 milhões de cópias vendidas e traduções em mais de 500 idiomas e dialetos, O Pequeno Príncipe é um dos livros mais traduzidos e lidos do mundo.