A toca dos coelhos
Em um campo verdejante, cercado de árvores e flores coloridas, vivia uma alegre família de coelhos. O pai coelho, a mamãe coelha e seus três filhotes — sendo o mais velho um esperto coelhinho chamado Quick.
Eles moravam em uma toca simples, mas cheia de amor e risadas. Nos tempos de chuva, havia fartura: as folhas cresciam, as frutas caiam das árvores e todos se alimentavam bem. Mas, quando a seca chegava, o chão ficava duro e rachado, e a comida desaparecia.
A fome e o banquete
Certa manhã, Quick viu seus irmãozinhos com fome e a mamãe triste, aquele lugar que antes havia tanta fartura e alegria estava desolado. Com o coração apertado, Quick decidiu sair em busca de comida — mesmo que tivesse de ir muito longe. Quick saiu de casa cedo, saltou pelos campos secos, atravessou trilhas de poeira e, depois de uma longa caminhada, encontrou algo que fez seus olhinhos brilharem: uma fazenda cheia de cenouras!
Sem pensar duas vezes, começou a arrancar quantas conseguiu carregar. Voltou correndo para casa, exausto, mas feliz.
— “Olhem o que eu trouxe!” — disse ele, orgulhoso.
A família inteira se deliciou num verdadeiro banquete de cenouras. Porém, com o passar dos dias, a comida acabou. E Quick, preocupado com os seus, resolveu voltar à fazenda.
O coelho e o fazendeiro se encontram...
O fazendeiro notou que suas cenouras estavam sumindo e construiu uma cerca alta para impedir os “ladrõezinhos”. Mas o coelho era esperto: cavou um túnel por baixo da cerca e conseguiu entrar novamente na fazenda. Pegou todas as cenouras de conseguiu e voltou para casa com o coração alegre, levando alimento para sua família outra vez.
O fazendeiro, intrigado, percebeu que a cerca não bastava. Então, preparou uma armadilha.
Naquela noite, quando Quick entrou na plantação, foi pego!
Preso e assustado, o pequeno coelho tremia.
Na manhã seguinte, o fazendeiro apareceu e, ao ver o coelho preso, exclamou:
— “Ahá! Então é você o ladrão das minhas cenouras!”
Quick, com os olhos cheios de lágrimas, respondeu baixinho:
— “Eu… eu não queria roubar, senhor. Só queria alimentar minha família. A seca acabou com tudo e não temos o que comer…”
O fazendeiro perdoa o coelho
O fazendeiro ficou em silêncio por um momento. Depois, suspirou e abriu a armadilha.
— “Você é um coelho corajoso e dedicado, Quick. Mas, da próxima vez, peça ajuda. Eu teria te dado cenouras de bom grado se tivesse me pedido.”
Quick suspirou, aliviado.
O fazendeiro estendeu a mão e disse:
— “Venha trabalhar comigo na fazenda. Assim, você e sua família nunca mais passarão fome.”
Desde aquele dia, Quick se tornou o ajudante oficial da fazenda, cuidando com carinho das plantações. E à noite, voltava para casa com o coração tranquilo e a cesta cheia de cenouras fresquinhas.
E foi assim que o coelho Quick aprendeu que a honestidade e o diálogo valem mais do que qualquer esperteza escondida.
Moral da história
Quando somos sinceros e pedimos ajuda, descobrimos que sempre há alguém disposto a estender a mão.





